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Conheça outros sintomas e doenças!

Você já está familiarizado com a distonia? Este distúrbio neurológico, que se caracteriza principalmente pela contração involuntária e sustentada dos músculos, levando a movimentos repetitivos ou posturas anormais, é o tema central de nossa exploração hoje. Com uma manifestação que pode ocorrer em qualquer idade, a distonia pode ter um impacto profundo na qualidade de vida de um indivíduo, afetando não apenas a mobilidade, mas também a realização de atividades rotineiras.

Descubra as nuances dessa condição que, muitas vezes, é confundida com outros distúrbios neurológicos, como a doença de Parkinson e espasmos musculares. Entenda as causas, que podem ser tanto genéticas quanto adquiridas devido a lesões ou exposição a certos medicamentos, e conheça os sintomas que podem variar enormemente, desde contrações leves até incapacidades severas.

Mergulhe no universo das opções de tratamento disponíveis, que vão desde terapias medicamentosas, passando por fisioterapia especializada, até procedimentos cirúrgicos avançados, que visam proporcionar alívio dos sintomas e uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes.

Junte-se a nós em uma jornada de conhecimento com o Dr. Sérgio Adrian Fernandes Dantas, um renomado neurocirurgião que está pronto para guiá-lo através dos detalhes complexos desta condição neurológica.

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O que é distonia?

Distonia é um distúrbio neurológico do movimento, caracterizado por contrações (espasmos) musculares involuntárias (sem o controle ou desejo da pessoa), mantidas ou intermitentes, causando movimentos repetitivos e/ou posturas anormais.

Os movimentos distônicos são padronizados, em torção, podem ser dolorosos e acompanhados de tremor.

Qual a causa da distonia?

A causa da distonia ainda não está completamente esclarecida. Admite-se o envolvimento de uma região profunda do cérebro, chamada de núcleos da base, responsável pelo controle e pela harmonia dos movimentos do corpo.

Os núcleos da base, organizam, controlam as ações dos músculos na realização de um movimento, contraindo os que favorecem o movimento desejado (músculos agonistas) e relaxando os músculos que se opõem (músculos antagonistas), permitindo a execução harmônica e precisa de cada movimento.

Uma disfunção ou lesão nesta região do cérebro (núcleos da base), modifica o funcionamento desses circuitos elétricos cerebrais, desorganizando e desarmonizando a execução de movimentos, causando espasmos involuntários e tremores.

A disfunção ou lesão cerebral que causa a distonia, pode ser:

Herança genética – a distonia é causada por mutações (alterações) genéticas.

Adquirida (secundária) – a distonia ocorre devido a uma causa específica, como:

  • Uso de algumas drogas;
  • Traumatismo cerebral;
  • Infecção – encefalite;
  • Doenças metabólicas;
  • Falta de oxigênio no cérebro durante o parto.

Idiopática – a distonia ocorre sem causa definida.

Quais os tipos de distonia?

A distonia pode afetar qualquer parte do corpo (mãos, braços, boca, olhos, cordas vocais, pescoço, tronco e pernas) e podemos classificá-la de acordo com as partes envolvidas.

Distonia focal – quando apenas uma parte do corpo é afetada, por exemplo, o blefaroespasmo (contrações palpebrais que fecham o olho) e a distonia da voz (laríngea);

Distonia segmentar – quando duas ou mais partes adjacentes, contíguas do corpo são afetadas, por exemplo, a mão e o antebraço;

Distonia multifocal – quando duas ou mais partes não adjacentes, não contíguas do corpo são afetadas, por exemplo, a mão e a boca;

Hemidistonia – quando um lado do corpo é afetado;

Distonia generalizada – quando a maior parte ou todo o corpo é afetado.

Quais os sinais/sintomas da distonia? Quando suspeitar?

Os sintomas variam de acordo com o tipo de distonia, podendo ser bem diferente de uma pessoa para outra. É importante ficar atento se observar:

  • Os olhos se fechando involuntariamente;
  • Dificuldade para falar, precisando fazer grande esforço para pronunciar as palavras;
  • Movimentos estranhos na boca e na língua;
  • A cabeça entortando (movimento de torção) para o lado ou pra frente ou pra trás;
  • Sintomas que parecem câimbras na mão ao fazer algum movimento repetitivo, como escrever, pentear o cabelo, tocar um instrumento;
  • Alguma parte do corpo (ou todo o corpo) que apresenta espasmos musculares, aumento do tônus (fica endurecida), sem controle do movimento, podendo se acompanhar de dor, causando postura bizarra no corpo.

*Os sintomas da distonia geralmente pioram com o estresse emocional, cansaço e atividade física prolongada e melhoram com o relaxamento.

**Em alguns pacientes, o estímulo tátil (passar a mão) sobre a parte do corpo afetada, pode aliviar os sintomas. Isto é chamado de truque sensorial.

Quais as consequências da distonia na vida do paciente?

As consequências dependem do tipo de distonia, idade de início e intensidade dos sintomas. De uma forma geral, podemos citar:

  • Incapacidade física que dificulta ou impossibilita a realização de tarefas do dia a dia ou algumas específicas, por exemplo, escrever, tocar um instrumento, pentear o cabelo;
  • Dificuldade de falar, mastigar, engolir os alimentos;
  • Dificuldade de ver, quando afeta as pálpebras;
  • Deformidade do corpo com posturas estranhas;
  • Causa muita dor e por consequência, sofrimento e dependência de medicamentos analgésicos;
  • Depressão, ansiedade;
  • Retração social – o paciente evita sair de casa, limitando seu convívio social, profissional e afetivo.
Como é feito o diagnóstico da distonia?

No início dos sintomas, dependendo da localização, a distonia pode ser confundida com uma doença ocular (quando afeta as pálpebras), um torcicolo, um tic nervoso, sendo comum o paciente passar por vários médicos antes de procurar um neurologista.

O diagnóstico é feito através de uma análise detalhada da história clínica e do exame neurológico, avaliando-se as características do movimento que em geral apresenta uma previsibilidade e padronização.

A presença de outros sinais e sintomas neurológicos, como espasticidade e tremor, podem dificultar o diagnóstico.

Quando a distonia inicia na infância, tende a afetar várias partes do corpo ou se generalizar e comumente é de causa genética. A distonia que inicia no adulto, tem uma tendência de ficar mais restrita a uma ou duas partes do corpo.

Exames de sangue são realizados para avaliar possíveis causas. A principal alteração encontrada no teste genético é no gene DYT1, porém, existem outros genes afetados. A ressonância magnética encefálica é solicitada para avaliar possíveis lesões.

A eletromiografia é um exame neurofisiológico que avalia as contrações musculares e pode ser muito no diagnóstico da distonia, que apresenta algumas características específicas neste exame.

Fatores de risco para distonia

O principal fator de risco ocorre nas formas hereditárias, em que o gene alterado (com mutação) pode passar a distonia para outras gerações.

A exposição excessiva à luz solar pode provocar o blefaroespasmo (contrações nas pálpebras).

Pessoas geneticamente predeterminadas, com escoliose e que sofrem traumatismos em partes moles do corpo, parece ter um maior risco de desenvolver distonia cervical.

Ansiedade, tabagismo, tremor, trauma crânio-encefálico com perda de consciência, são fatores que estatisticamente, estão associados a um maior risco no desenvolvimento de distonia.

Pessoas predispostas e que desempenham atividade manual altamente qualificada e repetitiva podem apresentar distonia focal na mão.

Distonia tem cura?

Ainda não existe cura para a distonia, entretanto, é possível através de medicamentos, reabilitação física e cirurgia, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Qual o tratamento para pacientes com tremor essencial?

O tratamento da distonia deve integrar vários profissionais de forma a potencializar e complementar cada modalidade terapêutica, proporcionando maior benefício ao paciente na melhora dos sintomas e na sua qualidade de vida.

– Medicamentos

O objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, dando-lhe mais conforto e autonomia. O neurologista pode utilizar vários tipos de medicamentos, dependendo do tipo da distonia.

As principais drogas usadas são relaxantes musculares, agonistas dopaminérgicos e anticolinérgicos.

Existe uma forma de distonia que acomete crianças e adolescentes, de causa genética, que apresenta boa resposta a levodopa.

– Toxina botulínica

A aplicação de toxina botulínica nos músculos afetados, produzindo um relaxamento, é extremamente útil na distonia focal. Geralmente o efeito da toxina botulínica dura de 3 a 4 meses, sendo necessário repetir a aplicação regularmente.

– Reabilitação motora

A fisioterapia e a terapia ocupacional auxiliam no relaxamento muscular, no alívio da dor, melhorando a postura e as contraturas. Também contribuem para evitar que músculos e tendões encurtem.

A fonoaudiologia auxilia com exercícios musculares que melhoram a deglutição e a fala.

– Cirurgia

A cirurgia é proposta no tratamento de vários tipos de distonia quando o tratamento com remédios e a toxina botulínica (quando indicada) não apresentam resultados satisfatórios no controle dos sintomas do paciente.

A técnica cirúrgica mais utilizada atualmente é a estimulação cerebral profunda em que o neurocirurgião implanta um ou dois (depende do caso) finos e delicados eletrodos numa área específica do cérebro, por onde passará uma baixa corrente elétrica (o paciente não percebe) originada por um neuroestimulador/gerador situado abaixo da pele da região torácica.

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