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Estimulação Cerebral Profunda (deep Brain Stimulation – DBS)

Conheça as cirurgias

Você já se deparou com a técnica de Estimulação Cerebral Profunda (DBS)? Este procedimento cirúrgico avançado, que envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro para modificar a atividade elétrica e aliviar sintomas de diversas doenças neurológicas, é o foco central de nossa discussão hoje. Utilizado principalmente no tratamento de condições como Parkinson, tremor essencial e distonia, a DBS pode oferecer uma nova perspectiva de vida para pessoas que sofrem com movimentos involuntários e tremores.

Desvende os mistérios por trás dessa técnica que pode ser uma alternativa para pacientes que não respondem bem a tratamentos medicamentosos. Conheça as causas das condições que podem ser tratadas com este procedimento, que muitas vezes estão relacionadas a desordens neurológicas progressivas, e entenda os benefícios que podem incluir uma redução significativa dos sintomas e uma melhora na qualidade de vida.

Explore as nuances do procedimento, que envolve a colocação de eletrodos em regiões específicas do cérebro, conectados a um gerador de impulsos implantado sob a pele, que modula a atividade cerebral e proporciona alívio dos sintomas.

Prepare-se para uma jornada de conhecimento com o Dr. Sérgio Adrian Fernandes Dantas, um neurocirurgião renomado que está pronto para guiá-lo através dos detalhes complexos desta técnica cirúrgica avançada.

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Estimulação Cerebral Profunda (DBS)

A cirurgia para estimulação elétrica cerebral profunda é realizada em 2 etapas. A primeira consiste no implante de eletrodo em estruturas anatômicas situadas profundamente no cérebro, e para a perfeita localização dessas pequenas estruturas utilizamos exames de imagens do paciente (ressonância magnética e tomografia craniana) e a estereotaxia (método que permite a localização de uma estrutura-alvo intracraniana com precisão milimétrica). Um programa de computador específico (software estereotáctico), utiliza os exames de imagens do paciente e calcula as coordenadas estereotácticas (3 valores para cada alvo), muito semelhante a um GPS.

Estudo eletrofisiológico durante a cirurgia também é realizado com o objetivo de otimizar a localização anatômica da estrutura-alvo que será estimulada. Dependendo do quadro clínico do paciente, um ou dois eletrodos podem ser implantados (um em cada hemisfério cerebral).
A segunda etapa da cirurgia consiste no implante do neuroestimulador e sua conexão com o eletrodo cerebral.

Veja a forma como eu faço a cirurgia de estimulação cerebral profunda:

Primeira etapa – implante do eletrodo cerebral:

  1. No centro cirúrgico e sob anestesia geral, após tricotomia e limpeza do couro cabeludo, fixamos o quadro estereotáctico à cabeça do paciente;
  2. O paciente é levado pela equipe médica para realizar uma tomografia craniana;
  3. Utilizando o software estereotáctico, fazemos o planejamento da localização anatômica da estrutura-alvo definida pelo neurocirurgião que deverá ser estimulada eletricamente. Neste planejamento, fazemos a fusão de imagens da ressonância magnética que o paciente fez previamente, com a tomografia e o atlas de neuroanatomia digitalizado;
  4. No centro cirúrgico, com rigorosos cuidados de limpeza (antissepsia), uma pequena incisão é feita na região frontal e um pequeno orifício no osso;
  5. Através de uma cânula guia, o eletrodo é introduzido com as coordenadas estereotácticas devidamente acopladas ao quadro estereotáctico, sob controle de radioscopia (raios x);
  6. Confirmado o bom posicionamento do eletrodo com a radioscopia, realiza-se o estudo eletrofisiológico trans-operatório para otimização do posicionamento do eletrodo no alvo;
  7. O eletrodo é fixado através de um dispositivo específico implantado no orifício feito no crânio, mantendo-o na posição correta;
  8. É feita a sutura da pele e curativo;
  9. Nos casos em que há indicação do implante bilateral, o mesmo procedimento é feito no hemisfério cerebral do outro lado;
  10. O paciente é levado pela equipe médica novamente para realizar uma tomografia de controle pós-implante imediato. Avalia-se o posicionamento do eletrodo com a fusão das imagens do planejamento (primeira tomografia). Confirmando-se o bom posicionamento do eletrodo e a ausência de complicações intracranianas, retira-se o quadro estereotáctico.

Segunda etapa – Implante do neuroestimulador:

No centro cirúrgico, após rigoroso preparo de limpeza da pele, é feita uma incisão abaixo da clavícula e preparado um espaço abaixo da camada de gordura. Em seguida, fazemos a tunelização do cabo extensor por baixo da pele que conectará o eletrodo ao neuroestimulador. Uma vez constatado o bom funcionamento do sistema de estimulação (através da impedanciometria), o neuroestimulador é implantado no espaço criado abaixo da clavícula, a pele é suturada e fazemos os curativos.

O paciente é acordado, extubado e o pós-operatório imediato é feito na Unidade de Terapia Intensiva, onde deve-se permanecer geralmente por 24 horas, com o neuroestimulador desligado.

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