Conheça outros sintomas e doenças!
Você já se aprofundou no entendimento da doença de Parkinson? Este transtorno neurodegenerativo crônico, que se manifesta principalmente através de tremores, rigidez muscular e bradicinesia, é o foco central de nossa discussão hoje. Com uma incidência que aumenta com a idade, sendo mais comum em pessoas com mais de 60 anos, a doença de Parkinson pode afetar gravemente a qualidade de vida de um indivíduo, interferindo em atividades simples do dia a dia e na capacidade de se comunicar eficazmente.
Desvende os mistérios por trás dessa condição que muitas vezes é confundida com outros distúrbios neurológicos, como o tremor essencial e a atrofia de múltiplos sistemas. Conheça as causas, que ainda são parcialmente desconhecidas, mas que incluem fatores genéticos e ambientais, e entenda os sintomas que podem se agravar com o passar do tempo, afetando não apenas o movimento, mas também causando problemas cognitivos e emocionais.
Explore as opções de tratamento disponíveis, que vão desde medicamentos que visam controlar os sintomas, até terapias físicas e ocupacionais, e procedimentos cirúrgicos modernos, como a estimulação cerebral profunda, que prometem aliviar os sintomas e proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.
Junte-se a nós em uma jornada de conhecimento com o Dr. Sérgio Adrian Fernandes Dantas, neurocirurgião especialista em dor que está pronto para guiá-lo através dos detalhes complexos desta condição neurológica.
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É uma doença neurológica de natureza degenerativa que apresenta um curso de evolução progressivo, decorrente da perda de neurônios (células nervosas) em uma área específica do encéfalo chamada de substância negra, que produz uma substância fundamental para a transmissão da mensagem química entre as células nervosas, a dopamina.
Portanto, a deficiência de dopamina (que é um neurotransmissor) dificulta a transmissão dos sinais elétricos cerebrais, interrompendo a comunicação entre as células nervosas (neurônios), especialmente na região que controla os movimentos do corpo.
Acredita-se que na maioria dos casos de doença de Parkinson o que ocorre é uma associação de fatores, incluindo uma predisposição individual e uma exposição a fatores ambientais ao longo do tempo (substâncias tóxicas, pesticidas).
Existem alterações genéticas que podem causar a doença de Parkinson, com vários membros da família afetados, porém, é uma forma rara da doença.
Sinais motores da doença de Parkinson
- Tremor que ocorre mesmo durante o repouso. É mais frequentemente nas mãos, mas pode afetar as pernas e a boca;
- Rigidez muscular que dificulta a movimentação;
- Lentidão de movimentos.
*Estes sinais são conhecidos como a tríade clássica da doença de Parkinson,ocorrendo algum predomínio de um sinal sobre os outros, entretanto, existe uma forma da doença em que o paciente não tem tremor, chamada de forma rígido-acinética.
- Diminuição ou perda da expressão (mímica) facial;
- Congelamento (freezing) – alguns pacientes podem apresentar este distúrbio da marcha que consiste numa incapacidade temporária em iniciar o andar, em dar o primeiro passo, dando a sensação de “congelamento” do corpo ou de estar com os pés colados ao chão;
- Festinação que é outra alteração da marcha que alguns pacientes com doença de Parkinson podem apresentar e que se caracteriza por um aumento involuntário na velocidade dos passos com pequena amplitude (passos rápidos e muito curtos), favorecendo quedas constantes;
- Diminuição do balanço dos braços ao caminhar;
- Escrita em pequenas letras (micrografia);
- Instabilidade postural por comprometimento do equilíbrio e da coordenação motora, também favorece a quedas frequentes;
- Discinesias são movimentos involuntários, irregulares que acometem braços, pernas, tronco, pescoço e a boca, chamados de coreoatetósicos e são uma complicação do tratamento medicamentoso com a levodopa, ocorrendo com maior intensidade no pico da dose da levodopa no organismo, podendo demorar de alguns minutos a uma ou duas horas.
- Alterações psíquicas – depressão, ansiedade, declínio cognitivo (demência);
- Alterações urológicas – causando dificuldade para urinar;
- Alterações intestinais – causando constipação;
- Alterações na pele – causando seborreia;
- Distúrbios do sono;
- Dificuldade na deglutição provocando engasgos frequentes;
- Aumento da saliva;
- Diminuição do olfato;
- Dor – geralmente nos membros inferiores e decorrente da rigidez e da alteração postural, iniciando após o diagnóstico da doença, entretanto, pode ser devido a postura distônica, surgir como um sintoma precoce da doença e estar relacionada à deficiência da dopamina.
O diagnóstico é essencialmente clínico, através da história clínica e do exame neurológico. A doença de Parkinson tem início insidioso, geralmente afetando de forma mais marcante um lado do corpo, sendo difícil o diagnóstico nos primeiros meses da doença.
As alterações motoras caracterizam muito bem a doença, causando limitação em grau variado ao paciente para realizar atividades de cuidados pessoais (caminhar, levantar de uma cadeira, escrever, higiene pessoal, dirigir) e profissionais. Também existem sinais não motores da doença que afetam o paciente.
A cintilografia de perfusão cerebral com Trodat, também chamada de SPECT, é um exame de neuroimagem funcional que auxilia no diagnóstico. Outro exame de imagem que pode ser útil no diagnóstico, é a ressonância magnética de alta resolução 3 Tesla com avaliação do nigrossomo.
Os exames de sangue, tomografia e a ressonância magnética convencional são normais na doença de Parkinson, sendo solicitados para afastar outras doenças que são parecidas com a doença de Parkinson.
– Parkinsonismo secundário causado por:
Drogas – que são usadas pra doenças psiquiátricas, pra tontura e vômitos, por exemplo.
Intoxicações exógenas
Infecções
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Traumatismo cranioencefálico
Distúrbios metabólicos
– Parkinsonismo atípico;
Paralisia supranuclear progressiva
Atrofia de múltiplos sistemas
Degeneração córtico-basal
Demência com corpos de Lewy
Até agora, os cientistas ainda não descobriram a cura da doença de Parkinson nem como interromper a sua progressão, entretanto, é importante ressaltar que existem tratamentos que ajudam a melhorar muito os sinais e sintomas da doença e a qualidade de vida do paciente.
A estratégia de tratamento de pacientes com doença de Parkinson fundamenta-se em 3 pilares: medicamentos, reabilitação motora e cirurgia.
– Medicamentos
Os medicamentos específicos prescritos pelo neurologista para aliviar os sintomas da doença de Parkinson, fornecem a dopamina (neurotransmissor) que está deficiente no paciente e é necessária para o bom funcionamento do cérebro, especialmente da parte que controla os movimentos do corpo. A levodopa é o principal exemplo.
Outros medicamentos agem aumentando a disponibilidade de levodopa no cérebro. Existem drogas que mimetizam, reproduzem o efeito da dopamina na comunicação entre as células nervosas (neurônios).
Estas diferentes classes de medicamentos podem ser usadas de forma isolada ou em associação, dependendo da fase da doença, tipo e intensidade dos sintomas e tolerância do paciente.
Com a progressão da doença, a tendência é o neurologista diminuir o intervalo entre a tomada dos medicamentos (aumentar a frequência) e associar algumas drogas, em razão do encurtamento do tempo de efeito da medicação (com o tempo, o remédio vai perdendo o efeito sobre os sintomas), contribuindo para o surgimento das flutuações motoras e das discinesias (movimentos involuntários que ocorrem no corpo, complicação do uso da levodopa).
*O tratamento deve ser feito de forma multidisciplinar, podendo envolver outros especialistas como geriatra, psiquiatra, urologista, reumatologista, entre outros, dependendo dos sintomas do paciente.
– Reabilitação motora
Os pacientes com doença de Parkinson devem manter a atividade física de forma regular e diária desde o início dos sintomas, assim, devem ser estimulados a praticar natação, caminhada e exercícios físicos preferencialmente com orientação profissional.
O principal objetivo da fisioterapia e da terapia ocupacional no tratamento da doença de Parkinson é reduzir a velocidade de progressão das limitações físicas no paciente, adaptando os exercícios a cada etapa evolutiva da doença.
Como a fisioterapia e a terapia ocupacional ajudam no tratamento de pacientes com doença de Parkinson?
- Melhorando a amplitude dos movimentos;
- Estimulando a movimentação ativa e passiva dos membros;
- Melhorando a força muscular;
- Fazendo alongamento e relaxamento dos músculos;
- Aprimorando os movimentos finos;
- Orientando a postura corporal;
- Melhorando a coordenação motora;
- Prevenindo quedas;
- Aumentando a capacidade pulmonar e a resistência física geral.
Fonoaudiologia no tratamento de pacientes com doença de Parkinson:
Alguns pacientes podem apresentar diminuição no tom da voz (voz baixa ou inaudível), dificuldade em articular as palavras e dificuldade para deglutir (engolir a saliva e alimentos), favorecendo o aparecimento de pneumonias aspirativas.
A fonoaudiologia utiliza técnicas, exercícios e atividades que fortalecem os músculos do rosto, garganta e pescoço, melhorando a comunicação e facilitando a deglutição do paciente.
– Cirurgia
A neurocirurgia funcional exerce um importante papel no tratamento dos pacientes com doença de Parkinson que não apresentam controle satisfatório dos sintomas com a medicação otimizada.
Graças ao desenvolvimento da biotecnologia, existem dispositivos eletrônicos que quando implantados no paciente permitem a estimulação cerebral profunda, melhorando o tremor, a rigidez muscular, a lentidão dos movimentos e as discinesias causadas pela levodopa. Também reduz a tomada de medicamentos.
Entenda o que é a cirurgia de Parkinson/estimulação cerebral profunda.
Dr. Sérgio Adrian Fernandes Dantas
Neurocirurgia | CRM/RN 4462 | RQE 1674 | RQE 1673
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